Sinopse não disponível.
Mel Maxwell
Sojourner
Self (archive footage)
Notes / Herself (voice)
Neste filme, Laerte conjuga o corpo no feminino e examina conceitos e preconceitos. Não em busca de uma identidade, mas em busca de não identidades. Laerte é filha e filho, avó e avô; pai de três filhos, embora órfão de um. Laerte é quem caminha com a filha pelo corredor como pai e mulher; que, mesmo sem útero, gesticula. Laerte cria e envia criaturas para enfrentar a realidade no mundo ficcional das histórias em quadrinhos como uma vanguarda do eu. E, nas ruas, quem se torna ficção de um personagem real. Laerte, de todos os corpos e de nenhum, complica todos os binários. Seguindo Laerte, este documentário escolhe vestir a nudez além da pele que habitamos.
é o caótico maio de 2021 e no dia 18 o brasil comemora a luta antimanicomial. mas ela não quer só um meme, não tem graça, nem tempo. por proteção, envia aos quatro cantos e pro ano de 2071, o "suco" do que ainda pode falar. Vivemos tempos pandêmicos tão ásperos que também fez emergir uma epidemia de diagnósticos e fármacos do ponto de vista das neurociências, pontuando-se apenas pela química individual do cérebro. Ainda que seja extravagante a olho nu, o trauma é coletivo e o estamos assistindo, ainda inevitavelmente inertes. Assujeitar as questões é uma narrativa perfeita ao neoliberalismo, que quanto mais individualiza questões de saúde mental, mais as despolitizam. Assim como há um retrocesso negacionista em várias camadas do nosso tecido social, a luta antimanicomial enfrenta uma hegemonia farmacológica interessada em clientes e não em pacientes.